Fiquei sem internet alguns dias novamente. Então ela voltou a funcionar, e eu voltei por aqui com resenha nova!
Zac é um adolescente comum. Mia é uma adolescente popular. Os dois são unidos por um triste fato: ambos possuem câncer.
Zac está se recuperando de um transplante e Mia iniciando as sessões de quimioterapia. Sem muito contato e quase nenhuma palavra, a vida desses adolescentes muda quando se percebem em quartos um ao lado do outro.
Enquanto Zac está preocupado com o quanto sua família sofre ao vê-lo naquelas situações, Mia está interessada apenas em retornar para casa e ir ao baile da escola.
Zac está se recuperando de um transplante e Mia iniciando as sessões de quimioterapia. Sem muito contato e quase nenhuma palavra, a vida desses adolescentes muda quando se percebem em quartos um ao lado do outro.
Enquanto Zac está preocupado com o quanto sua família sofre ao vê-lo naquelas situações, Mia está interessada apenas em retornar para casa e ir ao baile da escola.
Eles não são parecidos e jamais teriam se conhecido em outras circunstâncias, mas dada a situação em que se encontram, de repente um só tem ao outro como ombro amigo e isso muda tudo.
Espanta-me como a confusão do universo sabe exatamente o que está fazendo, como tudo foi acertado 13 bilhões de anos atrás e as galáxias estão seguindo as regras desde então. Elas estão todas lá em cima, seguindo o ritmo e fazendo todo o sentido, enquanto nós humanos estragamos tudo no pequeno espaço de tempo que tivemos. (Pág 129).
Espero que depois de ler a sinopse vocês não tenham pensado "Aff, é só mais um livro sobre adolescentes com câncer". Acho que boa parte dos possíveis leitores teve uma impressão parecida com esta, mas estou aqui agora para dizer que apesar da ideia inicial não ser uma das mais incomuns no momento, o desenvolvimento é tão surpreendente que vale muito a pena a leitura. Desde a primeira página fui cativada por Zac. Algumas páginas adiante Mia se mostrou um acréscimo significativo. O casal que se forma então na verdade veio a ser o diferencial do livro, pois os dois, apesar de estarem em situações um pouco parecidas, reagem de forma totalmente diferente.
Desses milhares de pessoas, uma em cada duas vai ter câncer. Um em cada cinco vai morrer disso. (Pág 240).
Enquanto Zac é viciado em estatísticas (sabe de cor e salteado as chances que tem de sobreviver, além da quantidade de pessoas que possuem o mesmo tipo de câncer que o seu), tenta ser positivo com relação ao seu tratamento e se preocupa com o quanto a família sofre por ele, Mia é completamente o oposto. Ela é impulsiva, grita, xinga, teima e está pouco se lixando para estatísticas. Ela só quer sair logo daquele hospital e poder voltar para sua antiga vida, esquecendo aqueles terríveis dias. Não é possível dizer qual deles está agindo corretamente ou não. Simplesmente porque não existe certo ou errado nessa situação. Ambos reagem da forma que podem e isso é o melhor de tudo. É possível sentir o medo, a solidão, a tristeza, a dor, a esperança e a desistência ou insistência de cada um.
No mundo normal, "doente" quer dizer uma gripe. Uma dor de cabeça. Uma dor de garganta. Uma reclamação: estou de saco cheio disso. Ela me deixa doente.Mas em nosso mundo é outra coisa. (Pág 250).
De longe esta diferença de reações foi o melhor aspecto do livro. Mas não foi o único. O relacionamento dos dois também foi muito bom, pois foge à regra do amor adolescente, das declarações, das demonstrações de afeto e dos beijos apaixonados. É algo mais intangível. É como se não existisse a parte romântica da coisa e sim a vida como ela é. Eles não ficam juntos o tempo todo e nem mesmo conversam diariamente. Apenas encontram, um no ombro do outro, alguém que parece entender o quão ruim é ser um adolescente fazendo quimioterapia e esperando que os resultados sejam positivos. Entendi a relação dos dois como algo muito íntimo e intenso, até mesmo desligado das convenções sociais que regem as relações românticas.
Se ela sente alguma coisa, ela diz. Ela mostra. Ela diz e faz todas as coisas que os outros escondem. Ela não é previsível nem segura. Ela não fala besteiras, da forma como a maioria das garotas fala. Ela está viva, apesar de tudo, chutando e gritando e praguejando. Lutando, apesar de tudo. (Pág 207).
A narrativa é rápida e fácil, os capítulos são curtos (coisa que eu adoro) e divididos entre Zac e Mia (adoro mais ainda) e o final foi real e completo, mas também um pouco surpreendente. Quando iniciei a leitura, não imaginei um desfecho como o que encontrei. Foi uma grata surpresa e me deixou interessada em ler outros livros da autora. Também não encontrei erros de revisão e o livro tem várias notas de rodapé que ajudam a entender melhor alguns detalhes. Preciso dizer mais alguma coisa? Não foi o melhor livro que li na vida, mas não deixou a desejar em quesito algum, emocionou, surpreendeu e me deixou torcendo por seus personagens. Este é o meu tipo de livro e por isso eu recomendo!
Talvez coragem seja apenas isso: atos impulsivos em um momento em que sua cabeça grita não, mas seu corpo vai em frente assim mesmo.Coragem ou estupidez. É difícil dizer. (Pág 221).
Sobre a autora:
Cresceu em Far North Queensland, na Austrália. Depois de adulta, viajou pelo mundo com uma bicicleta, uma mochila e uma câmera. Quando não está escrevendo ou lecionando, ela pedala, cozinha e eventualmente conversa com os leões-marinhos que vivem perto da sua casa. A. J. mora em Perth, capital da Austrália Ocidental.
Outras informações:
Compare o preço: Buscapé.
Título: Zac & Mia.
Autora: A.J. Betts.
Editora: Novo Conceito.
História: 4/5.
Narrativa: 4/5.